O Começo de Tudo

O ano de 2017 para mim começou com a conclusão de uma importante etapa na minha vida. Sair da zona de conforto pode ser apavorante, pode ser um processo que te faz adoecer e te deixa cicatrizes. Mas também é um processo que dá aquele frio gostoso na barriga, que te renova, que te faz pensar, que te faz olhar para si mesma e racionalizar sobre o que é importante naquele momento.

Eu entendi o que era importante para mim e em março fiz uma viagem de trinta e nove dias, vivi uma das experiências que mais sonhei na minha vida, morei fora do país e pude conhecer um lugar que, mesmo não sendo minha primeira escolha, foi onde realizei um sonho e onde me reconheci novamente. Conheci pessoas, guardei memórias, renovei sentimentos que sempre estiveram dentro de mim, mas que por alguma razão não eram tão presentes no meu dia a dia.

Voltei para casa com outra cabeça, com um objetivo e com uma vontade imensa de fazê-lo dar certo. Minha irmã estava grávida e antes de viajar fizemos uma sessão de fotos de gestante dela. Não era a primeira sessão que eu fazia, mas foi a que de certa forma, me trouxe a sensação de fazer algo de coração cheio, feliz. Mais uma vez precisei sair da minha zona de conforto, quando ela me pediu para fazer o ensaio newborn da minha sobrinha, e eu senti que deveria aceitar esse desafio.

A fotografia já estava presente na minha vida há pelo menos 6 anos, porém eu nunca havia me dedicado a ela. As pessoas me diziam que eu tinha um olhar bacana, que estudando eu poderia seguir na profissão, fiz alguns trabalhos, mas eu não me sentia segura para ser FOTÓGRAFA. Era muito pesado esse termo para mim, era muita responsabilidade, eu não me via naquela função, porque eu não acreditava que pudesse ser como os fotógrafos que eu admirava. 

A verdade é que a fotografia é um leque de opções. Você pode optar por diversos segmentos: Fotografia de moda, social, jornalística, retrato, família. De FA-MÍ-LIA. Achei! Foi isso que eu senti quando comecei a estudar para fazer o ensaio newborn da minha sobrinha. Eu não tinha a experiência necessária para fazer todas as poses que eu via nas fotos quando comecei minha pesquisa, eu não tinha todos os adereços, mas eu me encantei com a possibilidade de registrar um momento tão importante de um ser que mal chegou no mundo, senti a responsabilidade e quis tê-la para mim.

Isso me abriu a mente para algo que nunca me vi fazendo. Era tão obvio e ao mesmo tempo tão distante para mim essa possibilidade. Sei que eu precisava trilhar um caminho antes de me debruçar nisso, mas hoje sinto que nunca quis tanto algo como quero hoje poder fazer outras pessoas felizes ao terem em suas mãos um momento que é único e que estará para sempre registrado.

Queria que o primeiro post desse blog fosse uma porta se abrindo, mas eu precisava destrancá-la para isso. Hoje consigo dizer que sou fotógrafa, que quer fazer outras pessoas felizes com o seu olhar.